sábado, 30 de dezembro de 2006

O Estado que temos (e os privados também)

Há um ponto que vos quero apresentar que ilustra, de certa forma, a forma como a sociedade vê o Estado (a sua galinha dos ovos de ouro):

- As festas de fim de ano e de natal mostram como os privados actuam em Portugal, e de como estes também contribuem para a degradação financeira do Estado.
Digam-me, porque será que têm de ser as autaquias a pagar as iluminações, os cantores, os Pais Natais e toda a animação que é feita nas diversas cidades deste país (salvo raras excepções claro)durante as festividades? Porque não, cada comerciante, cada hotel, cada restaurante, investir um pouco e em conjunto com as autarquias, ou até sem elas, pagarem a animação desta data festiva, por forma a investir no negócio que vai ser feito?
Ouvi agora na televisão que uma autarquia algarvia investiu 400 mil euros na festa de fim de ano, justificando o seu presidente o investimento como uma forma dos hóteis, restarantes e outros fazerem negócio! Então mas a Câmara sozinha é que investe o dinheiro dos contribuintes, para dar dinheiro a ganhar aos privados? Estes não têm despesas, só lucros! A autarquia só gasta, não ganha nada!
Porra um Pai Natal, uns duendes e uns palhaços com balões custam 500€ durante um dia inteiro! Um contrato de 4 fins de semanas não iria além dos 3000€ certamente (eu falo de experiência própria)! O comércio e hotelaria/restauração em conjunto não podem investir nisto! E as iluminações, não podem pagar parte das mesmas? Qualquer merceeiro sabe que para se ganhar 100€, têm de se investir pelo menos 30€! Não querem investir, só querem ganhos!

É por estas que me enoja a moralização que os economistas e os empresários fazem relativamente à função pública e ao Estado. Enquanto o Estado não deixar de ser o "pagador" de festas, para outros terem lucros, nunca mais se endireita o déficit estatal! E esta carapuça serve para as Feiras e outras festas tais.

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